Qual foi o dia que você se ouviu, hein?
De verdade, se ouviu... sem filtro, sem máscara, sem pressa.
É louco pensar em como a gente tá esquecendo quem a gente é pra se comparar com todo mundo ao nosso redor. A cada story, a cada post, a cada feed rolado sem fim, parece que o nosso senso de ser vai se perdendo, se diluindo no que o mundo espera — ou no que ele grita na nossa cara sem a gente nem pedir.
E sabe o que é mais maluco?
Eu sempre tive medo desse mundo das redes. Sempre me vi fugindo, me protegendo, me policiando, pra não virar mais uma presa desse ciclo. Só que fugir também não adianta tanto... porque mesmo fora, eu já me pegava escrava de rolar feed. E nessa fuga, comecei a me sentir um pouco ET. Tipo: “Ué, tá todo mundo lá... por que eu não tô?”
Mas aí, quando eu volto, me vejo no lugar mais cruel desse jogo: a comparação. E ninguém fala sobre isso, né? Tá todo mundo fingindo que não, mas tá todo mundo lá olhando como a vida dos outros tá andando. A pergunta é: pra quê?
Quando não existia rede social, o nosso sonho era tão simples: estar com quem a gente ama, trabalhar, comer, se arrumar, viver. E tava tudo bem. Era sobre isso. Mas hoje... os significados mudaram, os sonhos foram moldados por algoritmos, por tendências, por vidas editadas. E, no meio disso, a gente percebe que aquele propósito que parecia tão claro... talvez nunca tenha sido nosso.
E foi exatamente nesse pensamento que me caiu uma ficha gigante:
“Se eu posso criar qualquer coisa, eu também posso criar o meu próprio senso de propósito.”
E sabe qual é ele?
É me amar e me cuidar.
Simples, poderoso e inteiro.
Eu me perdi de mim. Mas hoje, consciente, eu escolho me amar. Escolho olhar pra dentro, viver a minha essência, me desenvolver, cuidar do meu corpo, das minhas emoções, do meu bem-estar.
Sabe... eu passei anos cuidando do meu emocional. E, mesmo assim, continuo encontrando pessoas extremamente frágeis emocionalmente. E eu me vejo nelas. Porque, um dia, eu também fui assim. E olha que louco... hoje, cada uma dessas pessoas também me ensina.
Se eu tô aqui, escrevendo essas palavras, não é pra like, pra view, pra algoritmo.
Se fosse, esse blog seria outro: teria outra capa, outra estética, outro tom, outra promessa.
Mas não.
Esse blog é meu.
Meu espaço. Meu lugar de fala. Meu lugar de cura.
Aqui, eu escrevo pra mim. Pra adulta que eu sou. Pra criança que ainda mora em mim. Aqui, eu sou responsável por me ouvir. Por acolher meu coração, cuidar de mim, me lembrar quem eu sou.
Sabe... talvez eu nunca tenha encontrado um adulto emocionalmente ativo pra me escutar. E hoje... eu sou essa pessoa pra mim.
E quer saber? Eu amo me lembrar de quem eu sou.
Lá na infância, eu era a líder sem querer ser.
A escolhida nas brincadeiras, no time, na vida.
Eu era o Bial do nosso próprio Big Brother da rua — às vezes Bial, às vezes a campeã dos 3 milhões. Eu era aquela que, na roda, dizia sem vergonha: “Nunca beijei.” E depois, no ensino médio, meio tímida, até menti que já tinha, só pra não ser a diferente.
Eu era a amiga que gostava da vibe da companhia, do assunto polêmico, de fazer todo mundo se sentir confortável pra falar qualquer coisa. A que trazia todo mundo pra casa, só pra estar junto, só pra viver.
E olha eu aqui de novo.
Fazendo o que eu amo. Falando. Escrevendo. Me expressando.
Me ouvindo. Me abraçando. Me curando.
Eu sei que minha missão começa dentro de mim.
E se hoje eu te provoco com essa pergunta, é porque ela pulsa em mim todos os dias:
👉 Você já se ouviu hoje?
Porque aqui... nesse blog, nesse canto, nesse refúgio... eu tô, sim, falando comigo.
E se isso ecoar aí dentro de você, já valeu.
Com amor,
Miriam.
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