É louco como a gente vai, aos poucos, esquecendo de quem a gente realmente é... E tudo isso pra se comparar com todo mundo ao nosso redor. Com todos os criadores, todas as pessoas que estão postando, criando, aparecendo o tempo inteiro.
Eu sempre tive muito medo da rede social. E, de verdade, acredito que esse medo me fez fugir um pouco desse universo, justamente pra não cair nesse laço que tanta gente cai. Mas é como se o mundo inteiro já estivesse contaminado, porque mesmo saindo da rede social, eu me via ali... rolando feed, presa, de certa forma.
Por muito tempo eu fiquei nesse ciclo: faço, paro, volto, me policio... Sempre com aquele cuidado de não deixar isso tomar conta da minha vida. E nessa fuga, nesse cuidado, sabe o que eu percebi? Que, de repente, eu me sentia um pouco ET. Tipo… “Nossa, tá todo mundo aqui, por que eu não tô?”
Só que quando eu voltava pra esse lugar de estar consumindo tudo, olhando tudo, o que me pegava de verdade era a comparação. Isso que, cá entre nós, muita gente não fala... Mas é real. As pessoas vão pra internet, sim, pra olhar como a vida dos outros tá.
Mas... pra quê?
Sério, pra quê?
Quando não existia rede social, nosso sonho era tão simples... A gente só queria estar em casa, com a nossa família, ter um trabalho, se arrumar, comer bem, honrar nossos pais. Era isso. A vida era sobre isso. E tava tudo bem.
Mas aí, vem a internet. Vem a rede social. E, junto, vem um novo formato de vida, de sonho, de propósito. E, de repente, aquele senso de vida que a gente tinha não faz mais sentido. Parece que tudo virou uma ideia criada, ou por você, ou por quem te criou. E aí eu me peguei nesse lugar. Pensando. Refletindo.
Sabe o que eu entendi?
Que eu mesma posso criar meu senso de propósito. E, se eu puder escolher, meu propósito hoje começa em me amar e me cuidar. Sim, eu me perdi de mim no caminho. Mas é exatamente por isso que, agora, eu volto pra mim. Com mais amor, com mais cuidado, com mais presença.
E como é gostoso, gente... Como é bom vivenciar a minha essência. Como é bom me desenvolver, olhar pra mim, cuidar do meu corpo, da minha mente, do meu coração.
Pouco se fala sobre isso, né? Sobre o quanto é importante se cuidar de verdade. E olha... eu cuido do meu emocional há muitos anos. E, nesse processo, percebi que muitas pessoas estão extremamente frágeis emocionalmente. E eu me vejo nelas... porque eu já estive exatamente nesse lugar. E como eu aprendo olhando pra isso.
O que me faz estar aqui, escrevendo, expondo meus pensamentos, é simplesmente a minha essência. Se eu estivesse aqui pelo like, pelo número, pela validação, sinceramente… esse blog nem seria assim. Teria uma capa diferente, uma estética diferente, uma energia completamente diferente.
Mas não. Eu tô aqui por mim.
Tô aqui pra ser emocionalmente ativa pra mim mesma. Pro adulto que eu sou e pra criança que ainda habita em mim. Tô aqui pra me ouvir. Porque eu tenho essa responsabilidade: cuidar do meu coração, cuidar de mim.
E, sim... Esse é o meu cantinho. É o meu espaço seguro, meu lugar de fala, meu lugar genuíno pra me abrir. Sem esperar aplausos. Sem esperar validação. Sem esperar nada, além de mim mesma.
Sabe... Por muito tempo, eu precisei quebrar muitas coisas dentro de mim. Quebrar tabus, padrões, crenças. Porque, sim... Eu já tive um coração muito raivoso, muito machucado. E quando o autoconhecimento chegou na minha vida, foi como se Deus tivesse olhado pra mim e falado assim:
“Toma, filha... conhece isso aqui. Isso vai te ajudar a voltar pra sua essência.”
E, desde então, eu nunca mais me abandonei no meu emocional. Nunca mais deixei de cuidar do meu coração.
A nossa jornada na Terra é, antes de qualquer coisa, sobre a gente com a gente. E eu levo isso muito a sério. Eu sou responsável por mim. Pelas coisas que eu vejo. Pelo que eu sinto. Principalmente pelo que o meu coração me fala.
Quando ele grita, eu ouço.
Quando ele sussurra, eu ouço.
Quando eu percebo que tô mais conectada com alguém, é porque ele me mostrou.
Quando eu entro em um ambiente que não me faz bem, ele me avisa.
Aquele órgãozinho que começa a bater quando a gente nem tem cérebro formado ainda... ele tá ali, com neurônios, com sabedoria. E, sim, isso é comprovado cientificamente. E é muito louco pensar nisso, né?
Mas é isso.
Hoje eu tô emocionalmente ativa pra mim.
Hoje é sábado. E sabe... várias pessoas me mandaram mensagem, e eu não respondi ninguém. Só o amor da minha vida, meu marido. Porque hoje... hoje é meu.
É meu dia de me esvaziar. De falar. De colocar pra fora. De me ouvir. De me amar.
E você?
Você já se ouviu hoje?
Você já se perguntou o que você realmente quer fazer?
Quer deitar? Quer falar? Quer escrever? Quer só existir?
Eu tô aqui, fazendo o que eu mais amo: me ouvir, me acolher e me permitir existir... por mim e pra mim.
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