sábado, 31 de maio de 2025

Esse cantinho é meu. E é sobre mim.

Ah, como é bom ter esse cantinho aqui comigo. Um espaço que eu gostaria que tivesse existido para aquela criança que eu fui. Uma criança que talvez sentisse falta de adultos mais conscientes emocionalmente, mais presentes. E hoje eu percebo o quanto isso faz falta... e o quanto faz sentido construir isso agora, pra mim.

Eu sempre fui uma criança muito introvertida. Mas sabe aquele bebê que não tem dificuldade nenhuma de sorrir? Que tá sempre rindo, fazendo graça? Essa era eu. E, de verdade, essa é uma parte da minha essência que nunca se perdeu — ela é minha, ela vive em mim até hoje.

Todas as fotos da minha infância me mostram sorrindo. Minha mãe nunca teve dificuldade em me fazer rir. Eu estava sempre alegre, brincando, fazendo palhaçadas. E é tão bonito perceber que essa é a minha essência. Foi olhando pra isso que eu entendi algo muito profundo: talvez eu não precise me doar pro mundo o tempo inteiro... mas eu posso — e devo — me doar pra mim. E, quando eu faço isso, inevitavelmente me torno alguém melhor para o mundo.

Por muito tempo eu tive uma mentalidade muito técnica, muito voltada para o fazer, para o trabalho, para a produtividade. Sempre com aquele peso de “crie algo que gere valor para o mundo”. Mas, sabe… sabe o que eu percebi que eu estou fazendo pelo mundo agora? Eu estou me amando. Simples assim. Eu estou me escolhendo.

É como disse Jesus: “Amai o teu próximo como a ti mesmo”. E se eu não me amo, se eu não me cuido, se eu não me escuto… que amor eu tô oferecendo pro outro, afinal?

Ontem, eu fiz uma promessa pra mim. Uma promessa forte, dessas que vêm do fundo da alma: se eu não tiver força pra me doar pra 140 pessoas, 500, mil, eu ainda assim terei força pra me doar pra mim. Porque eu posso até falhar com o mundo, mas eu escolho não falhar comigo. Eu escolho não me abandonar. Eu escolho me ouvir, me acolher, me desenvolver, me transformar.

Essa virada de chave foi muito profunda. Porque eu cresci acreditando que eu precisava fazer sempre pelo outro. E hoje, com muita leveza, eu decido que não: eu vou fazer por mim. E, se transbordar, aí sim eu ofereço. Mas antes... sou eu comigo.

E escrever isso aqui, nesse cantinho, é como sentar pra conversar comigo mesma. É me permitir pensamentos soltos, livres, que me levam a me olhar mais, me descobrir mais, me acolher mais. A cada palavra, eu percebo o quanto eu me gosto, o quanto eu honro quem eu sou, o quanto eu amo os meus valores e as minhas ideias.

E não... isso aqui não é uma indireta pra ninguém. Não tem nada a ver com isso. Porque eu não sou — e nunca fui — o tipo de pessoa que quer mudar o outro, consertar o outro, ou apontar o certo e o errado na vida de ninguém. Eu aprendi a deixar o outro ser. E a olhar pra dentro: “O que isso gera em mim? O que eu faço com isso? Como eu elaboro isso dentro de mim?”.

Falar sobre tudo isso aqui é um presente que eu me dou. Esse cantinho virou um espaço de muito amor. Um amor por mim. Um amor por tudo que eu estou vivendo.

E eu tô entendendo, cada vez mais, que nem tudo na vida é sobre o que você precisa doar pro mundo. Às vezes, é sobre se encher. Se preencher. Se cuidar. Se amar. E, quando você faz isso por você, aí sim, lá na frente, você consegue transbordar de verdade e oferecer algo genuíno, inteiro, pro outro.

O meu blog é isso. É o reflexo desse momento da minha vida, aos 27 anos. É minha liberdade. É minha verdade. É o lugar onde eu posso, com todo meu coração, deixar minhas palavras florescerem.


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